quarta-feira, 8 de março de 2017

Política Nacional 07- I: A esconder o diabo atrás da cortina


No debate quinzenal o PM António Costa dizia que estamos em março e o diabo continua sem aparecer, numa alusão ao propalado diabrete anunciado por Passos Coelho.

Estará de vez afastada essa criatura infernal?

Será que a geringonça se tornou sustentável ao ponto de ser solução de longo prazo?

Pois bem, o que me parece, por sintomas nem sempre evidentes, é que Costa continua a esconder o diabo atrás da cortina, não o tendo afastado de vez do centro da sala onde Passos o quer colocar.

Nos dias que correm, esses sintomas nem sempre evidentes, como referi, nomeadamente no que concerne à convivência democrática e institucional, fazem-me crer que os cornos estão atrás da cortina, a forquilha ao lado o demónio pronto a saltar…

Seja o (não) acolher/aceitar das recomendações e ideias do Conselho de Finanças Públicas, seja o bloqueio no Parlamento à análise de dossiers relevantes, a forma brusca de relacionamento em conferência de líderes, a forma autoritária e parcial de abordagem aos assuntos por parte de Ferro Rodrigues, a ligação com o Banco de Portugal, muito me leva a crer que o PREC recomeçou, passados que estão 15 810 dias do 25 de novembro de 1974.

A gestão de assuntos fundamentais tem sido um fartote, da CGD ao Novo Banco, os níveis de populismo tem sido alimentados, e sintomas socráticos vislumbram-se no horizonte (financiar blogues para dizer bem de Costa?? Onde já vimos isto…).

Quanto à economia continuamos com os juros das OT elevadíssimos, refletindo o risco nacional, carregando uma dívida pública brutal. Economia essa que continua a ser traccionada pelos setores tradicionais, os quais desde 2014 vêm em retoma: Turismo, muito turismo, construção civil, calçado, têxtil, cortiça e até a agricultura.

Que novidade existe desde 2014, que não o cimentar de uma tendência desde aí evidenciada?

Consumo interno?

Isso esgota-se….

E o nível de exportações de bens cresceu 0,9%, o pior ano desde 2009…

O problema demográfico acentua-se, a força do trabalho é cada vez menor, a sustentabilidade da segurança social um problema sério.

Medidas?

Ponderou-se baixar a TSU… Bom para os patrões, um atentado ao nosso futuro.

Tudo isto, quando o cimento que sustenta a geringonça começa a estalar, rachando  à medida que não se resolvam questões para a esquerda essenciais, desde o combate à precariedade, a mudanças no sistema financeiro, ao combate à flexibilização do mercado de trabalho, contratação coletiva…

Costa vai ter que ceder mais, ou então cai…

E quando cair o diabo salta-lhe em cima, e Passos dirá (a tempo ou não): “Eu tinha razão”!


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