Gostava de pedir
desculpa, em primeiro lugar, a todos os que nos seguem, pela minha prolongada
ausência. Por vezes necessitamos de arregaçar as mangas, de dedicar um pouco
mais da nossa vida ao trabalho e, necessariamente, ficam outras coisas para
trás.
Não posso
contudo deixar de opinar acerca da “extinção”
do cargo de Vereador de Fátima.
Tenho tido
algumas, boas discussões, com conterrâneos ligados ao movimento Fátima a concelho, que mostram
indignação por esta decisão. Eu, pelo contrário, acho que foi uma boa opção.
O Vereador
“Fátima” foi algo que na prática nunca resultou, serviu para dispersar
energias e para atirar areia para os olhos dos fatimenses.
Penso que um
concelho, como um todo, pode ser muito
mais bem tratado sem vereadores em exclusivo dedicados a Fátima. E, por
favor, não usem o exemplo da obra da Avenida, como hipotético trunfo para a
benesse de existir o Vereador “Fátima”.
A obra estava há
muito pensada, foi paga na sua maioria por entidades exteriores à Câmara, muito
em particular pelo Santuário de Fátima (tão afrontado, bem ou mal, pelo
Vereador Fátima).
Mesmo assim,
pergunto, dadas as atribuições entretanto tornadas públicas, que diferença prática se vislumbra, quanto
a Fátima, no antes e pós eleições?
Nazareno do
Carmo continuará com muitas responsabilidades em exclusividade na nossa
freguesia, por isso continuará a ser um Vereador Fátima, sem Fátima.
É razão para
dizer, “em equipa que se ganha, não se
muda, e em equipa que perde muda-se muito pouco.”
Declaração de interesses: Até hoje nunca votei PCP, mas devíamos-nos orgulhar todos de possuir tão destacado economista nas nossas vivências quotidianas.
Por estes dias vive-se em Ourém uma mania, a dos não
remunerados.
Ou seja, alguém que julga, por não
levar o salário para casa, que ganha maior legitimidade para atuar em certo
sítio e sentido.
Muito bem, são ideias, das quais discordo
em absoluto.
Na realidade acabamos por pagar os políticos que queremos
ter, ou seja, senão estamos dispostos a
pagar muito, então nunca (ou raramente) teremos os melhores na chancela da
causa pública.
Quer no caso do Vereador Frazão,
quer no caso do agora ex-Vereador José Alho (leiam aqui a notícia) é incompreensível a atitude dos
visados.
O primeiro acerta um desacordo
qualquer e diz rejeitar qualquer remuneração. Pudera, está reformado e não a pode acumular...
O segundo vai para Professor, (de
uma escola em Ourém? duvido...), e continua a administrar uma empresa que tem
um peso brutal nas contas municipais?
Tipo quê? Mercearia em part-time?
Se alguém a tempo inteiro não
controla aquilo, quanto mais um administrador em part-time não remunerado.
Servirá para duas coisas apenas,
penso eu:
Perpetuar tachos existentes e ficar
na antecâmara do lugar de vereação que a curto/médio prazo lhe vai cair no
colo.
Por favor, orientem-se, ganhem “tino” e honrem os vossos
compromissos. O povo anda a ficar farto de tanta trapalhada, de parte a parte,
e dia 29 foi um bom aviso para todos os partidos políticos…
Na vida nem
sempre o tempo é aquele que nós gostávamos que fosse, ou seja, nem sempre
conseguimos fazer tudo, de forma tão bem feita, como gostávamos.
Outras vezes
precisamos de dar a mão à palmatória, perceber que, com tempo, ou sem ele, necessitamos dos outros para aprendermos, para fazermos melhor o que nos
propomos.
Hoje o que nos
faz escrever é isso mesmo:
1-O tempo não é quanto gostávamos;
2-Há que dar espaço a quem tenha mais jeito.
Sendo assim
estamos recetivos a quem queira fazer parte desta equipa, a escrever connosco
sobre política, de forma desinteressada, não partidária, cívica e descontraída.
Como se de uma
conversa de café se tratasse.
Enviem para
fernandomarto1963@gmail.com a vossa intenção, oferecemos:
1-Boa disposição e respeito;
2-Participação no Blogue de política mais lido de Ourém;
3-Equipa constituída por um gestor credenciado e por um
profissional liberal.
Damos
preferência, mas atenção é só preferência, por uma questão de equidade:
4-A alguém do sexo feminino;
5-A alguém residente no norte do concelho.
Obrigado, força
esperamos as vossas ideias e propostas.
Sinceramente, O nosso blogue nutre um respeito genuíno pela Professora Deolinda Simões, como de resto ainda fizemos questão de salientar no último post, em que nos referimos a ela. Vejam aqui.
Quando seriam de esperar palavras de simpatia, recíprocas, eis que a resposta da Professora, hoje de manhã, foi esta:
Professora, nós não andávamos calados a seu respeito, tínhamos acabado de referir-se a si como uma mulher de convicções, que merecia o nosso sinal de respeito.
Era o terceiro post em que foram expressas palavras de simpatia para consigo. Veja e depois comente com conhecimento de causa.
Sim, é verdade, irá continuar na Presidência da Assembleia Municipal. Mas orgulha-se disso?
Perdeu em toda a linha Professora, só na secretaria da AM é que foi eleita Presidente. Desta vez, Professora, não foi o povo.
Pode achar-se vitoriosa, mas aqui os Santos Tomés, têm a certeza que a Professora ontem foi derrotada em toda a linha. Já imaginou perder para o Deputado Gameiro, há 4 anos, da mesma forma?
Duas derrotas, essa, com uma falta de humildade que não lhe reconhecia, e o facto de ter deixado discursar o Vereador Frazão, depois do Presidente, quebrando todo o protocolo que o momento solene impunha.
Vergonhoso, empossou dois Presidentes de Câmara, participou numa eleição ridícula, e pior que tudo, orgulha-se disso.
Professora, por favor. Não trate mal quem diz bem de si.
Agora tudo tem limites.
Um dos objetivos
da política económica, democrática, é o de dirimir das desigualdades sociais.
Promover uma economia de mercado, regulada pela fiscalidade, com a qual se
financia o estado social: retirar mais a quem o tem, para dar a quem tem menos.
Não me é
estranha portanto uma política de fiscalidade feroz, dado o que vivi ao longo
destes quase 30 anos de exercício profissional.
Contudo deixo um
alerta ténue, um desabafo, a quem nos lê.
Cuidado, o nível de pressão sobre
rendimentos e detenções patrimoniais está a atingir um nível perverso.
Começa a dar a sensação que o estado
incentiva à poupança para depois a tributar “a torto e a direito”.
O mexilhão
lixa-se, o peixe graúdo dá cor a um exfluxo de capitais para sítios
paradisíacos. E, de corte em corte, continuamos na mesma.
As
transferências do Orçamento de Estado (OE), para os municípios, têm sido uma
árvore, mas cada vez menos das patacas.
Ou seja, as
transferência do Estado para as nossas autarquias vêem a diminuir, apesar dessa
diminuição ser residual para a globalidade do concelho de Ourém, quando
comparado com o Fundo de Financiamento das Freguesias de 2013, ou com as transferências
do orçamento de estado para a autarquia, no biénio comparativo 13/14.
O OE, para o ano
de 2014, prevê uma transferência de 785 168€ para as 15 freguesias, (apenas) menos
10 813 € do financiamento para as 18 freguesias em 2013 (-1,35%), e uma injeção
de 10 557 787 € no Município de Ourém, menos 319 231 € que no período homólogo
(-2,93%).
O coelhito anda lambão, mas não cortou as
unhas rentes, como poderia ser de supor. Uma boa gestão é o que se exige,
porque se tivéssemos feito isso no
passado, hoje não estaríamos tão órfãos do futuro.
Depois das
urnas, após o frenesim da campanha, eis que as hostes politicas oureenses
começam a assentar, que nem as borras da água-pé a ferver.
Para já existem
várias dúvidas sobre o elenco governativo, extensiva a outros lugares na Assembleia
Municipal.
Do que se sabe,
a Professora Deolinda Simões promete cumprir o seu mandato, como mostrou ao
Notícias de Ourém, forma bastante emotiva e digna da nossa simpatia. Mulher de convicções, boas ou más, ... não
interessa.
O Vereador Luís
Albuquerque assumiu também a intenção de vir a ser investido como tal, situação
que por si não mostra grande surpresa.
O que acaba por
surpreender é a atitude do Dr. Vítor Frazão, que abnega de um lugar de vereação
efetiva, para algo que refere ser um compromissode governabilidade(cliquem aqui).
Seja como for é
a segunda vitória do senhor do bigode, e talvez a atitude mais sensata para
quem não precise de um vencimento para viver.
Quem acaba por
cair é o 4.º vereador socialista, que aparenta cada vez mais não ter lugar no
círculo de poder oureense, a menos que um qualquer tachinho lhe surja, e se
este tiver humildade para o receber.
Duvido que isso aconteça, mas o mandato é longo, e haverá como já se esperam, jogos de cadeiras.
O Jornal de
Angola, país no qual Portugal possui muitos interesses económicos, voltou a
atacar ferozmente o nosso país.
Escreve o Jornal
que:
"É altura de dizer basta. A Bandeira, o Hino
Nacional e o Presidente da República de Angola são os símbolos da nossa pátria.
Não podemos admitir que em Portugal, políticos e jornalistas, intelectuais com
ideias submersas em ódios recalcados não respeitem os nossos símbolos nacionais
e desonrem os titulares dos nossos órgãos de soberania".
Credo, que veleidades.
Recalcamentos há muitos, mas a elite angolana tem que encontrar reciprocidade
nos moderados portugueses, não julgar o país por alguma eventualidade que
entendam justa.
Precisamos muito
deles, é o que vale, temos que tolerar (quase) tudo.
Na política há eternos
vencedores, atores que não precisam de votos para terem a nossa admiração, não
precisam de cativar multidões para que estas fiquem cativadas a eles. São
pessoas de valor, com valores, que merecem o carinho de todos, ganhando ou
perdendo.
As percentagens pouco/nada contam quando
falamos de pessoas como o Dr. Sérgio Ribeiro: Os vencedores somos nós,
oureenses/fatimenses, por possuirmos tamanho ativo na nossa Assembleia
Municipal.
A CDU voltou a
eleger um elemento para este órgão, do qual esperaremos sempre o mesmo esmero,
a dedicação que nos habituou.
Na política
ainda há coisas, a democracia é uma dela.
O nosso partido
era o Porto, foi este o mote que levou o RUI à liderança da segunda autarquia
mais importante do País. Uma chapada de luva branca aos partidos políticos, uma
vez que os grupos independentes ganharam em toda a linha na maioria das
freguesias portuenses.
Fico feliz por,
de forma residual, ter participado no projeto do Rui Moreira. Boas propostas,
um programa robusto nas áreas da economia, inovação e emprego, desde o Mercator
ao novo centro de congressos.
Não fiquei para
a festa, mas fiz parte dela. Força nessa liderança a norte.
Ps: Pela primeira vez votei fora de Fátima, modernices do chamado cartão do cidadão. Mas por ti Rui, valeu a pena.
Paulo Fonseca
foi, a seguir a Deolinda Simões o grande derrotado da noite. A festa em Ourém
soube a derrota, bastou comparar o “entusiasmo” de dia 29 com aquele que
presenciei em 2009, do qual fiz parte.
A demagogia, a
promessa barata, a suposta retidão de perfil, seriedade política, desvaneceu-se
completamente, num discurso que já conteve palavras como consenso.
O povo de Ourém
acordou, percebeu que não vale a pena se iludir: PS, PSD/CDS, trazem-lhe os mesmos ganhos, os gastos é que podem ser
diferentes.
Foi uma derrota
a 3, não uma vitória a 4.
Segue-se um
cenário terrível, com os devaneios do bigode a poderem imperar.
1 - Que lugar
restará a José Alho? Haverá um lugarzinho dourado para ele?
2 - Que arranjos
haverá no elenco governativo?
São questões que
vão interessar o debate político oureense.
Agora, quem tem
toda a máquina governativa na sua mão, o aparelho de comunicação oficial, e não ganha por 10%, é derrotado (quanto
mais por apenas por 120 votos).
Uma última palavra
para a Professora Deolinda Simões, de gratidão, já que muito provavelmente não
irá assumir o seu mandato. Uma palavra de apreço e agradecimento por alguém
que, de forma abnegada, ideológica e transparente, vivenciou a vida política
oureense.
Das poucas
pessoas que o fez com carácter, com determinação, estoicamente e com pouco em
troca.
Transparece
daqui que, em Ourém, só se soube a data das eleições autárquicas em setembro, que
estas eram uma realidade desconhecida e, por isso o calendário das diversas
reuniões não foi adequado atempadamente.
Daqui se mostra
que o rigor na causa pública é algo que existe sempre em doses QB.
Primeiro
está o interesse pessoal, depois o partidário, e só no fim o interesse global.
Ora, por exemplo,
1500 euros davam para mais de 300 refeições para pessoas carenciadas. Quantas pessoas no concelho, por estes
dias, não têm uma refeição equilibrada em termos nutritivos?
Pois, 300 podiam
ter um dia mais feliz. Seria a chamada social-democracia, o estado de bem-estar
social a funcionar, tal qual Sá Carneiro desejaria, não é Professora?